quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Juventude e Solidariedade

É próprio da juventude questionar estruturas, sonhar sonhos impossíveis que, por vezes, são molas propulsoras para uma vida toda. A utopia de um outro mundo possível, onde as diferenças sejam diminuídas e todos tenham acesso ao necessário para se viver bem.
A juventude, com esse sonho, não pode ser o futuro da nação, o futuro do mundo. Ela é o presente em seu frescor e leveza, ela é o presente questionador dos rumos que foram dados até então, ela é a vida que vence a morte e a utopia que teima em resistir quando os sonhos parecem morrer.
Uma crítica que por anos se fez é que a juventude era despolitizada, não mais se mobilizava ou se tocava diante das grandes questões sociais, políticas e econômicas que afetam a vida do cidadão brasileiro. Em 2013, tivemos lampejos de uma outra aurora. A aurora, contudo, não irrompe abruptamente. É lentamente que os raios de sol, à medida que a Terra-Mãe se movimenta, penetram a atmosfera e despertam a vida que repousava na noite escura. Na delicadeza da aurora, e com a força do calor do sol a nossa juventude começa a mostrar que o outro mundo começa a chegar, que uma outra realidade é possível e necessária.
Este processo do grito não nasce do nada. A Terra-Mãe se movimenta para que a aurora chegue. Muitos dos manifestantes, questionadores da ordem vigente, são jovens que conseguem olhar o mundo para além de suas necessidades imediatas e individuais e, no cotidiano, fazem um outro mundo acontecer, alimentando os famintos, saciando os sedentos, recebendo os estrangeiros, vestindo os nus, cuidando dos doentes e visitando os presos(cf. Mt 25, 31ss). Trabalho sem alarde, silencioso, mas sutil como a aurora que vence a noite, sem medo de que novamente a noite venha.

Juventude e solidariedade, sementes do Reino de Deus, da Cidade de Deus, da Utopia, da Aurora. Sinônimos.
 (Sandson Rotterdan, PPGCR PUC Minas, DEPAS Colégio Santo Agostinho BH)

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